quarta-feira, 22 de março de 2017

O Planeta dos Macacos

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Por Gilberto Moreira da Silva

E voltando para uma série de postagens sobre "A Saga de O Planeta dos Macacos". 

Como havia prometido há algumas semanas atrás, trago ao Baú dos Anos 60, 70, 80 & 90 uma viagem pela Saga do “Planeta dos Macacos”, que pretende trazer todo o histórico desde a série original, passando pela série de TV, incluindo também a animação para TV até as publicações em histórias em quadrinhos. Não serão objetos desta saga a versão remake de “O Planeta dos Macacos” de 2001, nem os longas “Rise of the Planet of the Apes” (Planeta dos Macacos: A Origem) de 2011, “Dawn of the Planet Of The Apes” (Planeta dos Macacos: O Confronto) de 2014 e o futuro lançamento previsto para este ano de “War For The Planet Of The Apes” (Planeta dos Macacos: A Guerra),2017 por não estarem de acordo com as regras de postagens do grupo.




Planet Of The Apes (O Planeta dos Macacos)
Estados Unidos, 1968
Direção: Franklin J. Schaffner
Produção: Mort Abrahams, Arthur P. Jacobs
Produção executiva: William Eckhardt
Roteiro: Pierre Boulle (romance), Michael Wilson, Rod Serling
Elenco: Charlton Heston – George Taylor, Roddy McDowall – Cornelius, Kim Hunter – Zira,
Maurice Evans – Dr. Zaius, James Whitmore – Presidente da assembléia dos macacos, James Daly – Dr. Honorious, Linda Harrison – Nova

De início foram ao todo cinco longas para o cinema e que também tiveram sua exibição na Rede Globo em meados dos anos 70. Lançado originalmente no cinema em 1968 pela 20th Century Fox, o primeiro foi “Planet Of The Apes” (Planeta dos Macacos) e que ganhou Oscar de melhor maquiagem. Sim, os atores não usavam máscaras para representar os macacos e sim maquiagem, considerada um avanço para a época. O filme foi baseado na obra de Pierre Boulle, “La Planète des Singes” (O Planeta dos Macacos), romance francês escrito e publicado em 1963. É um exemplo de crítica social por meio da distopia.

Estrelado pelo ator Charlton Heston, o enredo se baseia na experiência de um astronauta sobrevivente de uma missão espacial. A nave viajou no tempo e chega ao ano 3978 dC., e seus astronautas aterrissam em um planeta habitado por macacos e são escravizados. Um deles escapa e vira objeto de estudo. A dúvida: teriam os evoluídos macacos se originado dos homens? A cena final do filme é antológica e marcou a história do cinema, sendo o filme considerado um libelo anti-Guerra Fria.

Antes um gênero quase exclusivo do cinema "B", a ficção científica deu uma grande virada em 1968. Nesse ano, foram lançados dois de seus marcos: “2001 – Uma Odisseia no Espaço” e “O Planeta dos Macacos”. Tudo que o filme de Stanley Kubrick tinha de metafórico e cerebral, porém, a aventura do diretor Franklin J. Schaffner tinha de visceral. Símios falantes e prepotentes, seres humanos mudos e aguilhoados – não era preciso muita perspicácia para entender as bordoadas que o cineasta disparava sobre o frágil estado das relações humanas (por falta de palavra melhor) e sobre a corrida armamentista, que poderia roubar da humanidade seu posto de espécie dominante. Essa visão apocalíptica pegou o público pela veia. “O Planeta dos Macacos” deu origem a quatro continuações, produzidas entre 1970 e 1973, e a duas séries de televisão. Nada que se compare ao primeiro filme, que tinha a ousadia de mostrar Charlton Heston vestido com uma tanga e de transformá-lo em objeto de estudo dos cientistas-chimpanzés Cornelius e Zira – estes, em atuações antológicas de Roddy McDowall e Kim Hunter. Boa parte dos louros, porém, cabe ao co-roteirista Rod Serling. Como em sua obra mais famosa, o seriado “Além da Imaginação”, Serling era mestre em criar mundos que, normais na aparência, invariavelmente tinham algo de cabeça para baixo.





Beneath The Planet Of The Apes (De volta ao Planeta dos Macacos)
Estados Unidos, 1970
Direção: Ted Post
Produção: Mort Abrahams, Arthur P. Jacobs
Produção executiva: Joseph C. Behm
Roteiro: Pierre Boulle, Paul Dehn
Elenco: Charlton Heston – Taylor, James Franciscus – Brent, David Watson – Cornelius (Roddy McDowall é creditado, mas só aparece nas imagens do primeiro filme na abertura), Kim Hunter – Zira, Maurice Evans – Dr. Zaius, Linda Harrison – Nova, Paul Richards – Méndez

A continuação do sucesso de 1968 traz o que aparentava ser o final definitivo da série. Isso porque temos o fim do mundo.

Na história, o astronauta Brent (James Franciscus) é enviado em busca de Taylor (Charlton Heston) e seus companheiros. Ele encontra Nova (Linda Harrison), a companheira de Taylor, e juntos acabam por encontrar uma sociedade de humanos mutantes que mora no subterrâneo e adora uma bomba que é capaz de destruir todo o planeta.

As críticas às guerras e o desapego da sociedade com o futuro do planeta são novamente a marca registrada desse filme, porém agora, essa critica é ainda mais clara. Praticamente um tapa na cara.






Em "De volta ao Planeta dos Macacos", o risco de um futuro caótico é apresentado com a descoberta de uma raça de seres humanos que vivem nos subterrâneos da Zona Proibida do planeta. Eles são sobreviventes dos ataques nucleares das guerras que aconteceram antes dos Macacos dominarem o mundo. São dotados de poderes psíquicos e religiosamente adeptos à crença de que o salvador do mundo é uma bomba nuclear desativada: a Bomba do Juízo Final (ei, estávamos nos anos 70!).

Aqui o foco é o fanatismo religioso e as possíveis consequências que ataques nucleares trariam ao planeta, um exemplo das preocupações da época, quando o mundo ainda vivia a Guerra Fria e a Guerra do Vietnã.

O filme termina com um inevitável conflito entre macacos, os humanos moradores do subterrâneo e os humanos astronautas que vieram do passado, terminando com a explosão do planeta Terra, após a ativação da Bomba do Juízo Final.



Escape From Planet Of The Apes (A Fuga do Planeta dos Macacos)
Estados Unidos, 1971
Direção: Don Taylor
Roteiro: Pierre Boulle, Paul Dehn
Elenco: Roddy McDowall – Cornelius, Kim Hunter – Zira, Bradford Dillman - Dr. Lewis Dixon, Natalie, Ricardo Montalbán – Armando

Três macacos conseguem fugir do planeta antes de sua destruição, utilizando a nave dos astronautas. Esses macacos são Dr. Milo (Sal Mineo) e, os já conhecidos, Zira e Cornélius (Kim Hunter e Roddy McDowall). Usufruindo do histórico da nave, eles fazem o mesmo caminho que os astronautas da década de 70 fizeram, percorrem o tempo e caem na Terra no ano de 1973.
Dr. Milo morre em um acidente e os outros dois chimpanzés se tornam atração mundial, batizados pela mídia de “Macaconautas”.

Esse filme é o mais leve de todos da série, com muitas piadas e aquele climinha de Sessão da Tarde. Mas observa-se mais uma leve critica dos autores da série sobre a “sociedade do espetáculo”, ao mostrar a futilidade de todos ao transformarem os dois macacos em astros, como se o que realmente importasse fosse a exposição dos dois seres diferentes.








O clima do filme "A Fuga do Planeta dos Macacos" muda quando o governo descobre que os macacos são sobreviventes de um futuro caótico em que a raça humana era subjugada por símios. 

Zira e Cornélius são perseguidos e mortos em prol da integridade e futuro da raça humana. Porém, dias antes de morrer, Zira havia dado a luz ao seu filho Milo, que foi entregue ao circo pelos pais enquanto estavam sendo perseguidos e conseguiu se salvar. O primeiro passo do domínio dos macacos sobre a Terra havia sido dado…

Brent faz uma aterrissagem forçada atravessando a barreira do tempo, em busca do astronauta desaparecido, Taylor. A ousada missão de resgate leva-o a uma cidade subterrânea onde vivem humanos mutantes, que praticam o controle da mente e adoram uma arma capaz de destruir todo o planeta.

Conquest of the Planet of the Apes (Conquista do Planeta dos Macacos)
Estados Unidos, 1972
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Pierre Boulle, Paul Dehn
Elenco: Roddy McDowall – Cesar, Don Murray – Breck, Ricardo Montalban – Armando, Hari Rhodes – MacDonald e Natalie Trundy – Lisa.

18 anos após os eventos de “A Fuga do Planeta dos Macacos”, Armando apresenta a César, filho do Dr. Cornelius e da Dra. Zira, a terrível verdade: os macacos são escravos usados para serviços minoritários, como fazer as compras, servir mesas ou fazer faxina, e não têm respeito nem direitos assegurados. Irritado ao ver um macaco sendo tratado de forma violenta por policiais, César não se contém e brada de indignação. Armando, com a intenção de proteger César, se entrega como responsável pelo ato, e é levado para ser interrogado. Enquanto isso, César é integrado ao sistema e vendido a MacDonald como um macaco comum. Então ele vê como os macacos são maltratados e incentiva-os a se rebelarem contra os humanos.

A história dá um salto, e o filme se passa no futuro de 1991. Todos os gatos e cachorros do planeta morreram devido a uma epidemia e os macacos passaram a ser os novos bichos de estimação do homem. E muito além disso, devido à inteligência dos macacos, o homem passou a utilizá-los como mão de obra em trabalhos como garis, garçons e empregados domésticos.
Em “Conquista do Planeta dos Macacos”, César (o filho de Zira e Cornélius que foi rebatizado pelo circense que o acolheu) cresce fingindo ser um macaco normal, já que o governo ainda procura o filho dos macacos que vieram do futuro, fazendo com que ele vá, aos poucos, acumulando ódio pelos humanos.

Para aumentar esse ódio, seu dono morre assim que o governo descobre que César é o filho dos “macaconautas” e, ao fugir, o macaco passa pelos brutos treinamentos nos campos de concentração em que os macacos ficavam para aprenderem suas funções servis.

Fortemente focado na questão da escravidão e do descaso do homem com os seres inferiores – ou no caso do próprio filme, dos seus semelhantes, já que o homem é a evolução do macaco – a “Conquista do Planeta dos Macacos” explica como ascendeu o domínio símio sobre os humanos, e é César que orquestra toda a revolução e rebelião dos macacos, influenciando os animais irracionais e ensinando-os a utilizar armas.


E voltando com postagens de "A Saga de O Planeta dos Macacos".

Battle For The Planet Of The Apes (A Batalha do Planeta dos Macacos)
Estados Unidos, 1973
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Pierre Boulle (personagens), Paul Dehn, John Corrington, Joyce Hooper Corrington
Elenco: Roddy McDowall – César, Claude Akins – Aldo, Natalie Trundy – Lisa, Serven Darden – Kolp, Austin Stoker – MacDonald, John Huston – Líder dos macacos e narrador da história, Len Ayres – Mandemus, Paul Williams – Virgil

12 anos após o início do reinado de César (McDowall), foi constituída uma sociedade rural pacífica de macacos, em que a mais valiosa lei é "macaco jamais matará macaco" (ou símio não mata símio). Eles vivem em paz com alguns humanos sobreviventes da Guerra Nuclear que devastou a sua sociedade. Porém, Aldo (Akins), um gorila beligerante, acha que os macacos devem ter armas e matarem humanos. E conspira com os outros da espécie para que César não continue no poder.

César acredita na coexistência futura entre as espécies. Ao ouvir por MacDonald (Stoker), um amigo humano, que existem arquivos com fitas de seus pais, Cornelius e Zira, e que eles teriam falado sobre o futuro, organiza uma expedição ao lugar. É acompanhado por MacDonald e o sábio orangotango Virgil (Williams). Os tapes estão em subterrâneos de uma grande cidade devastada por uma bomba nuclear, que eles pensam estar desabitada. Chegando lá, os humanos mutantes sobreviventes do bombardeio percebem sua presença. E o desequilibrado líder, Kolp (Darden), começa a planejar um ataque aos macacos, por lembrar da rebelião de César e crer que são seres inferiores.

Em resumo, a história se passa em 2670 D.C., uma idílica sociedade de homens e macacos é ameaçada tanto por um gorila militante quanto por uma tribo de humanos mutantes. Por fim, as tensões contidas que agitam os primatas eclodem em um clímax apocalíptico. Quando a fumaça abaixa, a destruição é generalizada, mas há esperança de um novo começo para o homem e o macaco.

Último filme da série clássica, “Batalha do Planeta dos Macacos” passa-se alguns anos depois da conquista símia.



Em “A Batalha do Planeta dos Macacos”, César agora tenta estabelecer uma comunidade em que humanos e macacos possam viver juntos. Porém, implantar esse tipo de governo pode ser mais difícil do que aparenta. As opiniões são divididas, os Gorilas (extremistas) não apóiam César e querem um regime em que os humanos sejam apenas escravos, tratados como seres inferiores. Os humanos sobreviventes aos ataques nucleares – que moram nas cidades radioativas devastadas pelas guerras – por sua vez culpam os macacos e querem vingança.

Filho de macacos que vieram do futuro, César sabe o que o destino reserva para humanidade e quanto mais a história flui e maior se torna a tensão entre os macacos e humanos, mais tem-se a impressão de que o único futuro possível para o Planeta dos Macacos é aquele cenário caótico vislumbrado no primeiro filme.

Esta é a grande questão de “Batalha do Planeta dos Macacos”: será que temos a capacidade de mudar nosso futuro? Ou será que o destino é algo sólido, imutável, e uma vez escrito não tem como alterá-lo?

César mostra que não. O destino pode ser reescrito, pois quando a guerra definitiva entre os Gorilas e os humanos da cidade radioativa acontece, o líder dos macacos, junto aos seus seguidores, monta uma terceira força que, com inteligência, ganha a batalha. Dessa forma, gera um novo futuro em que macacos e humanos vivem juntos em igualdade.

Assim encerrava-se a saga dos cinco longas do "Planeta dos Macacos".

Série de TV

A série de TV “O Planeta dos Macacos” foi criada pelos estúdios da 20th Century Fox e exibida pela primeira vez nos Estados Unidos na rede CBS. O primeiro episódio intitulado “Escape from Tomorrow” (Fuga do Amanhã), foi ao ar em 13 de setembro de 1974. A saga se passa no ano de 3085 d.C. e se baseia no longa metragem “Planet Of The Apes” (O Planeta dos Macacos), de 1968, utilizando o mesmo argumento, embora não haja correlações entre elas, dois personagens aparecem tanto na série como no longa: trata-se de Dr. Zaios, o personagem chave, já que sabe a verdadeira origem do Planeta dos Macacos, que é na realidade o nosso próprio planeta no futuro e o general Urco, também conhecedor do passado distante da Terra e um perseguidor implacável e de ódio mortal pelos humanos. De qualquer forma, neste futuro sombrio, no topo da nova estrutura social da Terra estão os orangotangos: legisladores, políticos e sábios. Logo abaixo, veem os gorilas: soldados fortes e ferozes. Os chimpanzés ficam em terceiro plano, cuidando do trabalho pesado e em alguns casos de pesquisas em laboratórios ou como antropólogos e veterinários, estudando os humanos que sobraram. O planeta Terra não é mais dominado pela raça humana, mas sim pelos símios. A série teve apenas uma temporada e 14 episódios. Foi exibida no Brasil nos meados da década de 70, sempre às segundas-feiras pela Rede Globo.

Série animada de TV

A saga também ganhou um desenho animado em 1975, intitulado “Return to the Planet of the Apes” (Retorno ao Planeta dos Macacos), versão baseada na série cinematográfica com Charlton Heston. “O Planeta dos Macacos” e no romance “La planète Des Singes”, de Pierre Boulle. Foi supervisionada por Doug Wildey, criador de “Jonny Quest” da Hanna-Barbera.

Foi Criada pelos estúdios DePatie-Freleng Enterprises. Estreou nos EUA em 6 de setembro de 1975 com coprodução da 20th Century Fox Television. Conta a história de astronautas que avançam no tempo para um futuro onde os humanos são domesticados e os macacos governam o mundo. Diferentemente dos filmes e da série live-action de 1974, a sociedade de macacos do desenho é mais avançada, com tecnologia similar à dos humanos, com automóveis, televisão e filmes. Esta concepção é mais próxima ao livro de Boulle que as outras adaptações, nas quais os macacos viviam numa sociedade mais rudimentar.

Alguns personagens do desenho são familiares nos dois primeiros longas do cinema: Cornelius, Dr. Zaius, Nova, Zira e General Urko. É a adaptação mais fiel ao livro que serviu de inspiração para o filme de 1968.

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